
Resenha do livro:
Em Os Homens que não Amavam as Mulheres, acompanhamos o dilema de Mikael Blomqvist, considerado um dos jornalistas mais respeitáveis da Suécia. O editor-fundador da prestigiosa revista Millenium, aproveita suas últimas semanas de liberdade: ao publicar uma reportagem estrondosa sobre um conhecido industrial sem confirmar totalmente suas fontes, é processado, pega 3 meses de prisão e ainda pode ter sua redação fechada por ordem da justiça. Mas tudo parece tomar outra direção quando outro poderoso industrial Henrik Vanger, o contrata para investigar o desaparecimento de sua sobrinha, em troca de informações sobre quem o processou. Mikael está prestes a rejeitar sua proposta, quando Henrik Vanger lhe chama a atenção para um pequeno detalhe na frustrante investigação feita pela de polícia de Hedestad: a garota sumiu há mais de 30 anos, sem deixar vestígios, até hoje.
Henrik suspeita que algum membro de sua poderosa família tenha sumido com a garota. Ao começar a investigação, Blomqvist cruza com Lisbeth Salander, uma jovem hacker, que se veste num visual punk, tem tatuagens e piercings pelo corpo e um comportamento bastante anti-social. Some isso ao fato de Lisbeth ter uma mente precisa, língua afiada, e ser uma excelente investigadora, talvez melhor do que Mikael jamais será, e a dupla está feita. Juntos eles esmiúçam a fundo o passado da violenta família Vanger, descobrindo algo que parecia estar além de sua compreesão.
Os Homens que não Amavam as Mulheres, lançado pela editora Companhia das Letras no Brasil, é a primeira parte da Trilogia Millenium, seguida de A Menina que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar (br). Num livro cheio de referências ao estilo thriller clássico, Larsson comenta algumas feridas da sociedade sueca contemporânea: a violência contra mulheres, a incompetência e covardia da impressa investigativa, instituições financeiras imorais e um virulento sentimento de neonazismo que surge em algumas partes do país.
Nascida já como um clássico da literatura de suspense, a Trilogia Millenium nos trouxe um dos mais interessantes personagens investigativos já criados: Lisbeth Salander, uma brilhante hacker/cracker especializada em investigar pessoas. Portadora da Sindrome de Asperger, uma forma de autismo, ela resolve problemas matemáticos impossíveis tais como o Teorema de Fermat, e tem memória fotográfica. Declarada pelas autoridades legalmente incompetente por conta de seu comportamento transtornado, seu salário é controlado por um tutor, logo depois de sua mãe ser internada numa clínica psiquiátrica. Bissexual, a garota finalmente encontra um pouco de normalidade ao lado do maduro e intrigante Mikael Blomqvist, sem saber se o que sente pelo teimoso e determinado jornalista é admiração, desejo, ou paixão.
Similaridade ou plágio?:
Diversas similaridades entre Os Homens Que não Amavam as Mulheres e o romance Carve Up! de Jonathan Coe foram observadas por alguns críticos literários, o que não quer dizer necessariamente que Larsson tenha plagiado seu colega escritor. Os dois livros rezam sobre escritores como personagens centrais que se chamam Michael (no caso de Blonqvist, Mikael, na versão germânica do nome), e que são contratados por famílias poderosas para publicarem reportagens ou livros sobre as memórias de suas famílias, investigando décadas de crimes aterradores ocultos em seus passados. Ambos os livros apresentam uma visão negativa da sociedade, mostrando a especulação corporativa e a economia imoral praticada nos dias de hoje, tratando de temas que são o zeitgeist do século.
Stieg Larsson foi fundador e editor-chefe da revista sueca Expo, que denuncia grupos neofascistas e racistas. Especialista na atuação das organizações de extrema direita em seu país, é co-autor de Extremhögern, livro no qual põe o assunto em evidência. Morreu em sua casa, vítima de um ataque cardíaco em 2004, pouco depois de ter entregado os originais dos romances que compõem a trilogia Millennium. A fictícia revista Millennium que dá nome a saga de Mikael e Lisbeth foi inspirada na Expo, e nas coisas que Larsson presenciou em sua gestão.
Resenha do filme:

Baseado no livro de Stieg Larsson, o primeiro filme da trilogia Millenium foi batizado comercialmente como The Girl with the Dragon Tattoo (A Garota com Tatuagem de Dragão, na tradução literal), numa referência direta à tatuagem da personagem Lisbeth Salander. O filme foi lançado em agosto de 2009 e vendido em mais de 25 países, que em sua maior parte, estrearam o filme no início de 2010, com a audiência de mais de 6 milhões de espectadores até então.
Dirigido pelo dinamarquês Niels Arden Oplev, o filme já foi indicado a vários prêmios em festivais de cinema dentro e fora da Escandinávia. Niels é conhecido mundialmente por criar e dirigir séries de TV. Dentre elas Unit One e The Eagle, ambas vencedoras do Emmy de Melhor Série Estrangeira. Niels também já ganhou o prêmio de melhor diretor no Festival de Berlim. The Girl with the Dragon Tattoo ganhou recentemente três prêmios The Guldbagge Award, que é considerado o Oscar sueco, nas categorias de Melhor Filme, Melhor atriz para Noomi Rapace e Escolha da Audiência de Melhor Filme.
O filme arrecadou mais de 50 milhões de euros em 30 mercados diferentes, fazendo dele o terceiro filme de língua não-inglesa mais bem sucedido do ano de 2009.
UPDATE: de fato David Fincher fez a sua versão do primeiro livro da Trilogia Millenium em 2011, e conta com Daniel Craig (Mikael Blomkvist), Christopher Plummer (Henrik Vanger) e Rooney Mara (Lisbeth Salander). O filme entrou em cartaz nos cinemas mundiais entre dezembro e janeiro de 2012.
Dentre as candidatas a personagem de Salander, Noomi Rapace era a favorita dos produtores. Noomi é atualmente uma das atrizes mais requisitadas do cinema e teatro suecos, mas não era a primeira escolha do diretor, sendo "demasiado bonita e feminina para o papel". Mas fora completamente convencido, "pois ela tinha uma presença muito forte e uma 'força' emocional brutal". Michael Nyqvist, ator escolhido para o papel de Mikael Blomqvist é também um ator muito conhecido e carismático na Suécia. Niels comentou que "Todos os homens têm um lado negro, exceto Blomkvist. E Nyqvist é um ator com essa presença pacífica e não violenta. É alguém que nunca imaginaríamos a fazer mal a uma mulher".
O renomado crítico do Chicago Sun-Times Roger Ebert comentou que o filme "logo de início é um thriller compulsivamente viciante, mas ao longo do filme vemos que ele tem a rara qualidade de um filme em que sua heroína é mais fascinante que a história". Os três livros já foram filmados e lançados nas salas de cinema e em DVD no mercado sueco. Gradativamente serão lançados no mercado mundial. O filme Os Homens que não Amavam as Mulheres estréia no Brasil dia 15 de maio em grande circuito.

Título do livro: Os Homens que não Amavam as Mulheres
Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras
Tradução: Paulo Neves
Status: à venda
Título do Filme: Os Homens que não Amavam as Mulheres
(Män Som Hatar Kvinnor [original], The Girl With The Dragon Tattoo [eua], 2009)
Direção: Niels Arden Oplev
Roteiro: Nikolaj Arcel e Rasmus Heisterberg. Elenco: Noomi Rapace, Michael Nyqvist, Peter Haber, Lena Endre, David Dencik, Marika Lagercrantz. Gênero: Drama, Policial, Suspense. Nota do IMDB: 7.6/10 (14118 votos).
Fontes:
>> IonCinema (en), C7nema.com (en), Wikipedia.us (en)
Trailer:
Mais:
>> Compre o livro no site da Livraria Saraiva
>> Compre o livro no site da Companhia das Letras
>> Entrevista com o diretor Niels Arden Oplev no cite do C7nema.com
>> Hotsite da Companhia das Letras para a trilogia Millenium
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