Por Fernando Miranda

Formado em 2006 na cidade americana de Buffalo (estado de Nova York), o Reign of Kindo esteve no Brasil em agosto para shows em São Paulo no Manifesto Rock Bar (20) e Blackmore Rock Bar (21). A banda tem uma legião de fãs no Brasil graças a velha propaganda boca-à-boca e às mídias sociais. Essa rápida propagação no país chamou a atenção da produtora de eventos Overload. Enquando embarcava para o país, o baterista Steven Padin falou com o site brasileiro Whiplash sobre sua vinda: "estou arrumando minhas malas para embarcar rumo ao Brasil, e até agora não consigo acreditar que vamos tocar aí. É realmente surreal e, acima de tudo, gratificante para nós saber que tanta gente gosta da nossa música. Mal podemos esperar para encontrar todos que tornaram isso possível".Segundo a Folha de São Paulo, Secchiaroli disse durante o show do Manifesto: "deve haver algo errado. Estão todos cantando nossas músicas".
E não foi tudo, houve até um inusitado acontecimento: um pedido de casamento! Para a sorte do noivo, sua companheira disse sim. O pedido pode ser visto num vídeo postado no Youtube.Seu som é uma mistura bem homogênea de jazz contemporâneo, rock e pop. A primeira nota similaridade que podemos encontrar são as bandas Keane e Incubus, principalmente pelo timbre do vocalista Joseph Secchiaroli. O grupo assinou contrato com a gravadora Candyrat Records, relativamente conhecida por um rol de músicos com shows em formato acústico, e por revelar talentos em festivais. Seu catálogo abrange artistas famosos na internet e no Youtube como Kaki King, Andy Mckee e Matthew Santos.
Sobre a sonoridade, Steven diz: "acho que não nos encaixamos em nenhuma cena. Muitos artistas se preocupam demais com a imagem que projetam ou com o estilo a que pertencem, e não há problema quanto a isso, cada um tem sua maneira de agir. No nosso caso, a música é a única preocupação e acho incrível ver que pessoas de diferentes gostos musicais têm em comum o apreço pelo nosso trabalho".

O álbum Rhythm, Chord & Melody? de 2008 saiu pela gravadora One Eleven Records, e ganhou críticas rasgadas da mídia especializada: "como álbum de estréia, a sonoridade se parece com a de músicos veteranos que estão na casa dos 40 e tocam seus instrumentos desde garotinhos. Ouvindo este álbum, vejo que é um dos mais bonitos que ouvi este ano." disse Sean Collins do Music Emissions. Os leitores do respeitado site colaborativo de resenhas Sputinikmusic.com deram nota 4,2 de 5 para o álbum.Crítica: Eu achei o álbum fantástico. Este é um daqueles que a gente deixa eternamente no player, e troca de álbuns, mas não mexe. É um dos álbuns em que todas as músicas são excelentes. Todos os elementos e sonoridades são incrivelmente bem encaixadas. Simplesmente um deleite.
O destaque fica para as faixas:
1# “The Moments in Between”
Podemos ver uma certa sintonia com o som do Keane nessa faixa, mas ao ouvir “The Moments in Between” com mais atenção, podemos ver a precisão e a técnica dos músicos. Apesar do timbre vocálico ser semelhante ao de Tom Chaplin, Schiarolli tem um alcance vocal muito maior, extraindo lindas melodias que as vezes seguem a linha melódica principal, mas de repente no refrão explodem numa linda frase melódica “Oh my God, what have i become?/i fell this fire burn/burn till’ i’m undone/never to return”.A letra é linda, podemos ver momentos inspirados de poesia como “..And i just want to see a beautiful word in my dreams/but all i see is me in the center of all i see...”. A partir dos 3:46 podemos ver a influência do rock progressivo e eletrônico no seu som. As guitarra limpa e cristalina fraseia uma melodia composta por notas distintamente tocadas, como se numa musica de caixinha musical.
#3 “Great Blue See”
Essa música é um primor! Aqui podemos ver diversas influências rítmicas e sonoras da banda, há muito de jazz nos padrões, mas o elemento indie e post-rock está presente: baterias descompassadas, sons etéreos, mudanças de tonalidades repentinas. Há o lindo piano de Danny Pizarro, Jr., que hora é pop a lá Jamie Cullum, hora cheio de influências latinas e rítmica desconexa. Aos 3:55 mais melodias coloridas lindamente nos atingem. A letra é bastante descritiva e nos transporta a uma viagem quase cinemática sobre os eventos narrados.Altamente indicado aos fãs de boa música!
Veja os vídeos feitos pela banda para o canal da gravadora Candyrat no Youtube.
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