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“The Age Of The Understatement” é um álbum do grupo The Last Shadow Puppets. É um projeto-solo dos rapazes Alex Turner dos Arctic Monkeys e Miles Kennedy dos The Rascals (não confundir com a banda estadunidense setentista), duas bandas que tem feito bastante barulho na cena de rock indie nos últimos anos. O trabalho difere pouco do feito pelos dois em suas respectivas bandas, concentrando-se muito mais na externação discarada de suas influências. Lançado abril de 2008 no Reino Unido, uma semana após o lançamento já ocupava a primeira posição como mais vendido. Recentemente foi nomeado para concorrer ao Mercury Music Prize 2008.

O álbum trás todos os elementos da sonoridade de bandas dos anos 1960-1970 como Kinks, Beatles, Monkeys, The Jam e Beach Boys. Kane havia tocado guitarra em “Favourite Worst Nightmare”, segundo álbum dos Arctic Monkeys. Ele e Turner começaram a compor juntos e trocar idéias, e as músicas que foram finalizadas e compostas tanto em separado quanto em time se tornaram "The Age..". Na primeira audição me veio em mente a semelhança com o trabalho dos contemporâneos do Mando Diao, que fazem o mesmo tipo de som revival.

Sou suspeito pra falar, adoro bandas assim! Principalmente quando conseguem emular os mesmo timbres sem soar datados. Baterias punks ora ritmadas e ‘quadradinhas’, ora carregadas de swing do jazz e ritmos marciais, guitarras lisérigicas, psicadélicas, rechadas de seus trêmolos e distorção fuzz, Echo e Delay, nipes de metais e cordas, contrabaixo reto acompanhando a rítmica simplesmente dando suporte à guitarra nos entregam onde os rapazes querem chegar.

Alex Turner do Arctic Monkeys e Miles Kane do The Rascals. Imagem do site 'foulfingers.blogspot.com'

A faixa-título do álbum “The Age of The Understatement” tem aura de Western. Bastante cinemática, trilha perfeita para cineastas modernos buscando sintetizar Sergio Leone e Clint Eastwood com uma pegada "Tarantinesca". "Standing next to me" é uma das faixas mais cativantes do álbum. Não por acaso foi escolhida como ‘single’ de trabalho da banda. “I don't like you anymore” começa terna, melancólica, quase minimalista. Traduzindo literalmente o título: “eu não gosto mais de você”, mapeia as dores e desavenças de um coração partido na urgência da letra:

I don't like you anymore
You're cracked and your face changing
You're going down the old route
But I can't let you repeat
repeat it again.

Os efeitos estranhos contribuem para criar o clima de sandice passional. “In my room”, talvez por conta dos sons lisérgicos do teclado Moog, lembra um pouco a fase Syd Barrett dos Pink Floyd, na época influenciados pelas bandas psicadélicas jazz-rock-avangarde como Gong e Tangerine Dream. O álbum é um bom registro, boas faixas, sem muitas discrepâncias. Não é a “salvação do rock” tão pouco um álbum que vá mudar sua vida. Mas é um ótimo álbum, é bastante gostoso de ouvir, rock simples, direto, e retrô, bem feito como antigamente.


"Standing Next to Me"

"The Age of The Understatement"


>> http://www.theageoftheunderstatement.com

>> http://www.myspace.com/thelastshadowpuppets