
Lançado em 2011, "Dualism" trás a banda norueguesa Textures em ótima forma. Certamente um dos maiores atores do álbum é o baterista Stef Broks. Dono de uma técnica refinada e precisa, é também um exímio compositor, à altura de grandes de sua geração como Mike Portnoy, Marco Minnemann, Brann Dailor (Mastodon), Mike Mangini (Dream Theater), e outros. Sua capacidade de compor intrincados ritmos em padrões matemáticos é admirável. As melodias que compõe com a miríade de peças e timbres que possui em seu instrumento dão suporte melódico não só à "cozinha" baixo/guitarra, mas até mesmo às linhas vocálicas do novato De Jhong.
Daniel De Jhong (ex-CiLiCe) mostra aqui tudo o que sabe: com desenvoltura substitui o antigo vocalista Erik Kalsbeek, marca registrada da banda, muito marcante para os fãs, principalmente pelo trabalho no álbum anterior "Silhouettes". Nas partes "limpas" podemos apreciar seu lirismo, melancolia pura sai de sua garganta, um lamento honesto e inebriante. De fato, De Jhong já era fã e acompanhava a carreira da banda a tempos. "Este foi um convite que não pude recusar" disse ao site blabbermouth.net.
Logo na primeira faixa "Arms of the Sea" vemos que o cantor tem um timbre de voz bastante variado. Esta faixa é uma das mais progressivas do álbum, e foi sabiamente escolhida como a de abertura, talvez por se parecer mais com o trabalho anterior, preparando para as mudanças gradativas que viriam. Podemos ver suas influências: todo o panteão de vocalistas de metal que usam técnicas guturais como Max Cavaleira. As comparações com artistas como Meshuggah, Dillinger Escape Plan e as crias de Mike Patton são inúmeras.
As sonoridades de "Dualism" estão à frente do que é feito no heavy-metal atual, e muitas vezes beiram à megalomania: riffs técnicos, criativos e bizarros, ritmos sincopados, e ambiências etérias nos levam a estados de consciência intrigantes e motivadores.
A faixa "Reaching Home" entrou rapidamente nos primeiros lugares em listas de sites e rádios de rock e de todos os gêneros pelo mundo. Bastante cativante, trouxe uma sonoridade mais pop, melódica e introspectiva, sem perder suas digitais. Em entrevista para a revista norte-americana Revolver, Stef Broks fala sobre a recepção e temática da música e do álbum:
REVOLVER: Do que trata esta música?
STEF BROKS: A música é sobre encontrar um meio de retomar nossa inocência. A pessoa da música expressa suas angústias passadas em momentos melancólicos, olha para o passado, procura clarificar o presente e espera que o futuro lhe reserve o melhor. Casa (Home, em inglês) é um lugar que esta pessoa busca encontrar-se, e não é necessariamente sua residência.
R: Como vocês a compuseram? De onde veio a inspiração?
BROKS: A maior parte veio do nosso guitarrista Bart Hennephof. Inspirado pelas paisagens escandinavas, ele usou pedais de efeitos e técnicas para criar a introdução 'grudenta' e cativante do início da faixa. Nós colocamos pinceladas do metal moderno et voilà: lá estava a música. A musica é uma das mais cativantes de todo álbum, mas sua 'cama' instrumental é bem traiçoeira de se tocar: é cheia de pequenos detalhes e acentos que escondem-se na melodia principal. Este é um dos fatores mais dominantes em ritmos pop: é de uma sonoridade que parece simplória, mas é muito louca e bizarra sem que as pessoas se dêem conta de sua complexidade.
R: E como foram as críticas desta música até agora?
BROKS: Bom, as pessoas tem comparado ela a coisas que os Tool, Depeche Mode, Devin Townsend, U2 e...os Textures fariam! (risos) Mesmo que ela tenha pegado de assalto as paradas de rock, ela ainda é um exemplo de sonoridade do Textures, e um exemplo de ecleticidade que o metal pode oferecer em 2011.Fontes: Revolver Mag e a web
Mais:
>> Perfil da banda no LastFM
>> Cilice Myspace
>> Textures no Myspace
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