Smoke Ring For My Halo (2011) - Kurt Vile




Smoke Ring for My Halo de Kurt Vile foi uma das coisas mais gostosas e revigorantes que ouvi em 2012. Tudo culpa da @anaguadalupe e seu feed de artistas do GetGlue. Passeando por lá, vi que a Ana curtiu o artista, e lá fui eu fuçar no Youtube do que se tratava. Fiquei simplesmente viciado neste registro, que é o quarto álbum estúdio de Vile, e foi lançado em Março de 2011. O álbum recebeu críticas acaloradas, e aparece entre os "Top 50 albums of 2011" de publicações influentes como a MOJO, Uncut e Pitchfork, ocupando as 12°, 14°, e 16° posição das listas, respectivamente.




Acontece que o som do violão de Vile é cru, mas extremamente bem arquitetado. É adornado por lindos arranjos e harmonias dignas de uma trilha de filme do Spike Jonze. Como a boa e simples música a serviço da poesia, em álbuns como em Horses de Patti Smith ou Highway 61 Revisited de Bob Dylan, em menor escala de genialidade. É sempre uma tentação buscar exemplos mas consagrados para situar o leitor dentro do universo de um artista novo. Entretanto, Kurt Vile não faz nada novo: mas faz música com entrega invejável, beleza e substância raramente encontrada nas paradas de hoje.



Com um dedilhado folk e voz mansa, Baby's Arms é uma das canções mais cativantes do álbum. Ela tem um clima etéreo, com aqueles barulhinhos de xilofone ou samplers de algo do gênero rolando no fundo. Ela me lembra algo da minha adolescência: era comum que passasse as madrugadas assistindo programas como o MTV Lab, ouvindo todo o tipo de músicas estranhas, como Björk e Massive Atack.

Puppet To The Man, uma das minhas preferidas, tem um quê desafiador, entre o western spaguetti e o power flower das bandas dos anos 1970. Ela me trás uma referência imediata: Neil Young. Talvez seja só uma coisa da minha cabeça, mas não paro de pensar que esse é o tipo de som que o Neil cantaria, mas com uma rebeldia mais alucinada. Vile manda bem nas harmonias e dedilhados, criando um clima retrô bastante sedutor para os que apreciam as bandas americanas antigas de folk, southern, e country-rock.

Ouça ainda: Jesus Fever, Ghost Town, On Tour.

Veja o vídeo de Jesus Fever em versão acústica, gravada na Exile Records em Buenos Aires:


Kurt Vile - Jesus Fever from Indie Folks on Vimeo.

Fontes: 

Fernando Miranda

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