Os Melhores Álbuns de 2012

Imagem: @spaceabstract/Flickr

Aqui vai a primeira listinha da #RetrospectPOP 2012! Este ano ouvi muuuuita coisa, e confesso que fui bem descuidado: não parei tanto pra catalogar e ordenar coisas com fiz no ano passado, visando apresentar uma listinha decente da música de 2011. Mas, ouvi tudo com mais prazer e paciência, sem muita obrigação, o que também foi bastante bom! Abaixo, os álbuns que fizeram a minha cabeça neste ano. Separei três "cerejas do bolo", e outros para simples audição. Deleitem-se, comentem, e boas festas! =)


 Taxi Imã - Pipo Pegoraro 



Sem dúvida, Taxi Imã foi trilha sonora. É o meu preferido de todos, sentimento que foi marcado a ferro depois de assistir o show do artista no SESC Vila Mariana, cujo setlist contou principalmente com músicas deste. As coisas que mais me atraem nesse disco são a honestidade e a simplicidade das composições. Tudo é mínimo, não há espaço para exibições. As músicas são dançantes, contagiantes, ou criam climas que nos transportam para lugares paradisíacos, envoltos em fumaça de sonho e tranquilidade. A música de Fela Kuti e Gilberto Gil influencia profundamente o músico, que conta com uma banda fantástica para engrossar o caldo do violão de Pipo. Há metais (trumpetes e saxofones), percussão dançante e afiada, linhas graves do baixo que são pilares do andamento, que dão ritmo com a bateria, chegando a um entrosamento tão bom a união dos músicos originou outro projeto, a ótima banda Bexiga 70. Indicadíssimo!

Para ouvir: Taxi Imã, Ouro de Bondali, Samambaia (feat. Bluebell), Hoje 
Para baixar: download no site do artista


 Arrocha - Curumin 



Salve o grande Curumin! Este ano de 2012 foi regado pela sonoridade eclética e balançante de Arrocha, que abarca o mundo inteiro em sua mística musicalidade: dub, rap, reggae, samba-rock, soul, funk, jovem guarda. Perdi realmente as contas de quantas vezes ouvi, cantarolei, e até mesmo pude "ver" este álbum, que me causou tremenda sinestesia. Li aqui e acolá que o artista juntou grandes amigos, espalhou instrumentos pela casa e gravou o álbum de forma bem rústica e despretensiosa. Desta empresa, pudemos receber do compositor novas pérolas -- tão boas quanto as de Japan Pop Show, seu mais aclamado trabalho -- como Paris Vila Matilde, Selvage, Afoxoque, Doce, e a minha preferida: Passarinho.

Para ouvir: Paris Vila Matilde, Selvage, Afoxoque, Doce, Passarinho, Vestido de Prata
Para baixar: ouça o álbum na íntegra no Soundcloud


 Religar - Leo Cavalcante 



Outro sucesso em meus ouvidos foi o álbum Religar, de Leo Cavalcante. Fiquei completamente chocado com a música Inalcansável Você. Nesta composição, nós já sabemos o que Leo tem pra dizer: letras esotéricas e brilhantes, que buscam externar sentimentos de mudança e autorealização, composições arquitetadas lindamente. Estas letras estão carregadas de uma poesia mais contemporânea de grandes compositores como Renato Russo e Cazuza, mas busca o estranhamento das expressões cotidianas do paulistano, como em Frenesi de Otário. Nelas, encontramos pequenos detalhes melódicos e rítmicos que podemos apreciar, se escutarmos com atenção. Há diversas influências: música brasileira de pandeiros e batuques, violinos, um dedilhar do violão que busca a musicalidade do flamenco e da música oriental, como na faixa Religar, que dá nome ao disco, traduzindo de forma moderna as semelhanças entre a música regional do Brasil com a música cigana e religiosa de locais como Romênia, Índia e Palestina.

Para ouvir: Incalcansável Você, Sem (Des) esperar (feat. Tulipa Ruiz), Religar, Dentro. 
Para baixar: download no site do artista


 Caê Rolfsen 



A música contundente de Caê Rolfsen me pegou com suas histórias metropolitanas. No álbum Estação Sé tem tudo: Caê fala das mulheres, do candomblé, dos imigrantes, dos indigentes, da boemia, de encontros, desencontros, de índios, e outros, em lindos cenários, vivendo suas vídas em um rítmo frenético em busca de amor e redenção. Tudo isso regado a muita música rural, samba, xote, carimbó e milongas. Em minha modesta opinião, Rolfsen é um dos melhores músicos / intérpretes deste ano. Tudo é meticuloso, mas sincero, simples, tudo funciona a serviço da experiência musical, das histórias, e do deleite do ouvinte. Ouça, você saberá.

Para ouvir: Terra em Trânsito, Estação Sé, Sal do Mar, É Só o Que Falta. 
Para baixar: download no site do artista


 O que rolou na playlist de 2012: 

 Blues Funeral - Mark Lanegan 



Mark Lanegan realmente dispensa comentários: o ex-Screamming Trees empresta sua voz ao Queens of The Stone Age com bastante frequência. Neste ano, lançou o ótimo Blues Funeral, com nuances que vão do rock alternativo à música eletrônica, sempre entrecortados por sua cada vez mais rouca e potente voz.

 Koloss - Meshuggah 



Os suecos do Meshuggah lançaram um álbum que parece mais atento às melodias e à unidade das composições, mais soltas e suingadas, aproximando-os do metal mainstream de bandas como Pantera e Machine Head. Aqui, diferem dos intrincados trabalhos que os tornaram tão aclamados. Bom pra deixar a musculatura do pescoço em boa forma!

 Blunderbuss - Jack White 


O ótimo Jack White deu show em seu primeiro e aguardado disco solo: Blunderbuss trouxe com ainda mais força e liberdade as maravilhosas insanidades musicais e estéticas que nascem em sua mente. Neste álbum, White desfila sons regados com muito gospel, bluegrass, jazz e sonoridades do rock'n'roll de bandas como Kinks, The Who, Led Zeppelin, Jefferson Airplane e outras bandas mais obscuras que talvez só mesmo o artista ainda preserve no coração. Lindamente orquestrado, composto, e executado.

 Born and Raised - John Mayer 



O tão aguardado álbum de John Mayer finalmente trouxe algum alívio para os fãs, preocupados com a recuperação de suas cordas vocais. Tudo em ordem! Mayer nos trouxe toda a solenidade da música norte-americana em Born and Raised, deixando um pouco que de lado o pop mais cadenciado de Room For Squares, e os licks certeiros e românticos do blues de Continuum, para nos fazer mergulhar em lindas composições de country-rock calcadas em violões dedilhados, pianos e pedal-steel. Pra ouvir com calma, e relaxar da correria do cotidiano da metrópole.

 All I Was -Tremonti 



Peso e melodia: Mark Tremonti nos brinda com o ápice de sua musicalidade. Cantando, compondo, e executando, o guitarrista faz um ótimo trabalho em All I Was. Aqui podemos perceber a evolução e o amadurecimento latente do músico, em relação aos primeiros trabalhos com o Creed, consolidando impressões que eu tinha ao ouví-lo nos plays do Alter Bridge. Ouvimos claramente a influência dos lindos e monolíticos riffs dos mestres Zakk Wilde e John Petrucci, dando grande atenção aos climas. Foda.

 Avante - Siba 



Siba foi o grande azarão, a supresa do fim-de-ano! O guitarrista desfila lindas composições que mesclam a música tradicional do recife e de outras partes do norte do país, com o brega e o rock alternativo. Catatau, guitarrista do Cidadão Instigado, assina a produção, ajudando Siba a expor todo o lirísmo




Fernando Miranda

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