A Vida de Pi, de Yann Martel

Life of Pi foi lançado mundialmente em 2001. Publicado

no Brasil originalmente pela editora Rocco (mesma de Harry Potter) sob o selo DIFEL, é distribuído atualmente pela editora Nova Fronteira, dententora dos direitos autorais com o mesmo nome do filme, As Aventuras de Pi. O livro conta a história de Pi Patel, filho do dono de um zoológico localizado em Pondicherry, na Índia. Sei pai decide vender o empreendimento, e eles partem em viagem ao Canadá para vender os animais. Mas o navio naufraga em decorrência de uma forte tempestade. Pi consegue sobreviver em um bote salva-vidas, mas divide o espaço com outros animais, inclusive, o feroz tigre de bengala chamado Richard Parker. Nessa situação desesperadora, Pi reaprende a viver, descobrindo uma nova maneira de ver o mundo.

Escrito por pelo canadense Yann Martel, foi adaptado para o cinema por Ang Lee (de O Tigre e o Dragão). Aqui no Brasil, o lançamento trouxe uma antiga questão à tona: seria A Vida de Pi um plágio? Tudo porque Martel usou um mote semelhante ao de Max e Os Felinos de Moacyr Scliar. Na época, Scliar surpreendeu a todos ao frustrar as expectativas dos que esperavam uma batalha nos tribunais por violação de direitos autorais, decidindo não se envolver em tal processo. Martel, que se arrependera por negar a possibilidade de plágio ou inspiração, adicionou uma nota de agradecimento ao autor brasileiro, por ter inspirado a obra. Tal fato não desabona sua qualidade, já que A Vida de Pi se tornou sucesso de crítica e publico, ganhando o prêmio Man Booker Prize, um dos mais importantes nos EUA. 

O filme é indicado em 11 categorias, entre elas Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhores Efeitos Especiais.

Os Miseráveis, de Victor Hugo

Escrito por Victor Hugo e publicado em abril de 1862, Les Misérables tomou 16 anos da vida de seu autor para ser confeccionado, do papel, ao impresso. É considerada uma das obras mais importantes da história. Segundo o crítico e tradutor Sérgio Paulo Rouanet, o livro é para a literatura tão importante como a Revolução Francesa é para a política.  Toda a ação se passa na França do século XIX, entre dois grandes episódios históricos: a Batalha de Waterloo (1815) e os Motins de Junho de 1832. Nela, é contada a história de Jean Valjean, uma rapaz que fora preso e condenado a passar o resto de seus dias, tudo por ter roubado pão para alimentar sua família. Dezenove anos depois, Jean encontra novamente sua liberdade, mas é hostilizado pela sociedade. Desde o seu lançamento, Os Miseráveis já foi adaptado para vários formatos. Os mais notórios são uma versão para o rádio, feita por Orson Wells em 1937, um musical de estrondoso sucesso por Alain Boublil e Claude-Michael Schönberg, a minissérie para a tevê estrelada por Gérard Depardieu, e mais duas versões para o cinema.

O filme é indicado em 8 categorias, entre elas Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Figurino. Para ver a postagem na íntegra da sessão O Filme do Livro, clique aqui.

Argo, de Antonio Mendez e Matt Baglio 

Baseado em fatos reais, Argo é uma daquelas histórias em que a realidade é mais estranha que a ficção e curiosa que a ficção. Publicado no Brasil em 2012 pela Editora Intrínseca, foi escrito por Matt Baglio e por Antonio Mendez -- protagonista dos fatos narrados no livro, e ex-agente da CIA. O livro revive o ano 1979, onde seis norte-americanos escapam de um sequestro em massa de 53 reféns, realizado por um grupo de militantes rebeldes numa invasão à sede da embaixada dos EUA no Teerã, e acabam se refugiando na residência do embaixador do Canadá. A CIA é notificada do acontecimento, e discute maneiras viáveis de retirar os diplomatas com vida do país, e se vê sem saída. Eis que o agente Antonio Mendez, conhecido como Tony, propõe um plano arriscado: disfarçado de produtor de Hollywood, ele reunirá falsificadores, agentes secretos e especialistas em efeitos especiais para aportar no Teerã com o pretexto de pesquisar locações para a realização de um falso filme de ficção científica. Forjados os documentos que atestariam sua viagem ao lado de mais seis membros da equipe cinematográfica, Tony extrairia os fugitivos, retornando com os diplomatas para os EUA sem que ninguém desconfie. Ben Affleck e Chris Terrio adaptaram o livro para o cinema, e o longa conta com os excelentes Alan Arkin (Pequena Miss Sunshine), John Goodman (de O Grande Lebowski) e Bryan Cranston (Breaking Bad), e tem recebido acalorados elogios da mídia. Affleck é o azarão do ano, ganhando prêmios importantes como o BAFTA e o Globo de Ouro de Melhor Diretor. O filme foi indicado a 7 Academy Awards, incluindo Melhor Edição de Vídeo, Som, e Melhor Ator Coadjuvante.

Anna Kariênina , por Liev Tolstói 


Em Anna Kariênina (ou Anna Karenina dependendo da interpretação da tradução fonética do russo), foi escrito por Liev Tolstói entre 1973 e 1877, e se tornou um clássico da literatura. Com sua precisão e sutileza, Tolstói imprime na obra personagens baseados em pessoas reais, contrastes entre a cidade e o campo, alta sociedade e a vida dos pobres, entre intelectuais e homens práticos, costurando tudo com um panorama político, econômico e filosófico de seu tempo. O livro entrou em domínio público, e é publicado no Brasil por diversas editoras, entre elas, a Cosac Naify, cujo livro ilustra este parágrafo. Na sinopse, "a personagem-título, ao abandonar sua sólida posição social por um novo amor, e seguir esta opção até as últimas consequências, potencializa os dilemas amorosos, vividos dentro ou fora do casamento, de toda a ampla galeria de personagens que a circunda. O amor, aqui, não é puro idealismo romântico". Levado às telas pelo diretor Joe Wright (de Orgulho e Preconceito), é roteirizado por Tom Stoppard (de O Império do Sol), e conta com Keira Knightley (Piratas do Caribe), Jude Law (Sherlock Holmes) e Aaron Taylor-Johnson (Kick-Ass). O filme foi indicado a 4 Oscars, incluindo Melhor Direção de Fotografia e Melhor Trilha Sonora.

007 - Operação Skyfall e o James Bond de Ian Fleming

O filme de Sam Mendes (de Beleza Americana) mostra um Bond que é vítima do seu tempo, constantemente relembrado que que é velho demais para a atividade de 007 dentro do MI6, buscando provar que ainda é um valioso membro da agência britânica de espiões. O filme não foi adaptado de nenhum livro ou conto específico de Ian Fleming, autor do personagem e de inúmeros livros, mas é fruto de uma história original, feita especialmente para o longa. No filme, Daniel Craig interpreta o espião "Bond, James Bond".

Do site Adoro Cinema: "O roubo de um HD contendo informações valiosas sobre a identidade de diversos agentes, infiltrados em células terroristas espalhadas ao redor do planeta, faz com que Bond parta atrás do ladrão. A perseguição segue pelas ruas de uma cidade na Turquia e acaba em cima de um trem. Precisando impedir que a peça seja levada, M (Judi Dench) ordena que a agente Eve (Naomi Harris) dispare, mesmo sabendo que o tiro pode atingir Bond. É o que acontece, fazendo com que o agente 007 despenque de uma altura incrível. Considerado morto, passa a levar uma vida como "fantasma" até assistir, pela TV, o ataque terrorista sofrido pelo MI6 em plena Londres. Disposto a mais uma vez defender seu país, ele retorna à capital inglesa e se reapresenta a M, mesmo guardando uma certa mágoa dela por ter ordenado o disparo. Logo eles descobrem que o responsável pelo roubo e o atentado é alguém que conhece muito bem o modo de funcionamento do MI6."

O filme foi indicado a 5 categorias, entre elas a de Melhor Direção de Fotografia e Melhor Canção Original.

Menções Honrosas: 


Baseados no conto Branca de Neve e os Sete Anões dos Irmãos Grimm, Espelho, Espelho Meu e Branca de Neve e o Caçador também receberam indicações ao Oscar 2013. Ambos por Melhor Figurino, com adição de Melhores Efeitos Especiais para o segundo. Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose, escrito por Stephen Rebello, resultou em Hitchcock, indicado ao Oscar de Melhor Maquiagem.

A 85° edição do Academy Awards será realizada no dia 24 de fevereiro de 2013, no Dolby Theatre, em Hollywood. Assista, e deixe seus comentários. Farei a cobertura do evento pelo Twitter @ruidopop, comentando a premiação e ganhadores. Acompanhe!