O gaúcho Rafael Grampá ganhou o prêmio máximo da arte sequencial, o Eisner Awards, em 2008, pelo trabalho na colêtanea 5. Já trabalhou desenhando heróis do quilate de Batman, Demolidor e Wolverine. Mesmo Delivery, seu primeiro trabalho autoral, é nas palavras do artista “a pronta entrega que o Diabo pediu a Deus”.
Grampá já trabalhou como ilustrador e designer para companhias do naipe da Cartoon Network, Nickelodeon, Creme Savers, Banco Real, Grendene, e The Coca-Cola Company. Depois de tentar levar o projeto de Mesmo Delivery para as prateleiras com a grana que tinha no bolso, decidiu bater na porta de diversas editoras, escolhendo a Desiderata para publicá-la, sob a tutela do quadrinista Lobo, figurinha carimbada dos quadrinhos nacionais.
Extremamente violenta, Mesmo Delivery é uma síntese da inspiração que o autor acumulou durante a infância e adolescência. Filmes de Quentin Tarantino, Sérgio Leone e todo o tipo de spagueti western sangrento, seriados de TV, sagas japonesas de samurai, além de diversas outras fontes mundo afora: frases estampadas em caminhões de entrega, que rasgam as estradas do sul do país.
Logo na primeira página, vemos um corvo negro exuberantemente desenhado, levando em seu bico um dente humano. Rufo, o motorista, é contratado para levar uma carga secreta, para determinado destino. A história não cita onde se passa a ação, mas a estética das coisas e lugares lembra muito o interior dos EUA. Seu contratante lhe informa que levará um acompanhante que lhe é de confiaça, e que só foi contrado porque o sujeito não sabe dirigir.
Com cenas bem chocantes, Grampá usa e abusa dos truques que aprendeu com a narrativa do cinema, comerciais e mangás. A narrativa foi pensada para que o mínimo de frases não retirasse o impacto visual que a arte causa. Simples, mas bem formulada, Mesmo Delivery diverte e choca ao mesmo tempo, com suas referências e bizarrices, agradando a qualquer fã de quadrinhos adultos de qualidade. Para fãs de Preacher, Hellblazer, Ronin, e Musashi.
O trabalho teve seus direitos vendidos para o cinema para o produtor Rodrigo Teixeira, que já havia adaptado O Cheiro Do Ralo de Lourenço Mutarelli.
Fontes e imagens: Blog do Grampá, Cyberaeon, phantomsinthefrontyard
Mais
>> Omelete Entrevista: Rafael Grampá
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Seja gente boa, seu comentário sofrerá moderação!
Ofensas pessoais, ameaças e xingamentos não são permitidos.
Os comentários dos leitores não refletem a opinião do blog ou de seus colaboradores.